O digital (online) e suas novas oportunidades

Quando a economia está em baixa, a educação e a preparação profissional é o que faz a diferença. Quando a economia está em alta também. A educação é sempre a moeda mais valiosa no mundo dos negócios

Com a quarentena e o isolamento social, o e-commerce ganhou força e as empresas tiveram de se adaptar às plataformas digitais. Nesse novo cenário, houve mudanças nos hábitos dos consumidores e é preciso estar atento a elas para atender às expectativas dos clientes.

Em artigo para o portal americano Inc., a empreendedora Maria Haggerty, CEO da Dotcom Distribution, listou algumas formas como o Covid-19 impactou no comportamento do consumidor no ambiente digital, baseando-se no estudo de dados do setor e no trabalho com seus clientes de e-commerce. Ela lembra, contudo, que apenas o tempo mostrará quais serão as tendências de longo prazo nas vendas do varejo. Dentre estes impactos listados pela empreendedora podemos citar alguns como:

Ficando confortável com o “novo normal”

O fator conforto tornou-se muito importante durante a pandemia. Os consumidores se depararam com novos conceitos e práticas e tiveram de se adaptar.

A indústria de vestuário, por exemplo, apesar de ter sofrido bastante, viu um aumento significativo nas vendas online. O tipo de roupa mais procurado, contudo, tem a ver com a vida na quarentena: em abril, as vendas mudaram, dando destaque às roupas mais confortáveis. Segundo o Adobe Digital Economy Index, enquanto as vendas no e-commerce nos Estados Unidos caíram 13% e 33%, respectivamente, para calças e jaquetas, houve movimento diferente para pijamas, com aumento de 143%.

A pandemia também forçou os consumidores a se acostumarem às compras online, até mesmo em categorias que eles não esperavam. A empreendedora Maria Haggerty conta que mesmo sua mãe de 93 anos passou a fazer compras no mercado online. Segundo pesquisa da DotcomDistribution realizada em abril com compradores online dos Estados Unidos, enquanto quase metade dos entrevistados (45%) relataram que não esperam que seus hábitos de consumo mudem a longo prazo, quase um terço (31%) esperam fazer mais compras online do que faziam antes da pandemia.

Comportamento de compra

Segundo o estudo da Dotcom, as cinco categorias que os consumidores relataram comprar mais pelo e-commerce antes da pandemia eram, em ordem: vestuário, eletrônicos, utensílios domésticos, acessórios, e, por fim, comidas e bebidas. Com a pandemia, vieram as compras baseadas no pânico, de itens essenciais como papel higiênico, álcool em gel e lenços desinfetantes.

Por volta da metade de abril, quando o medo diminuiu e a confiança começou a se recuperar, o foco das compras mudou para categorias como utensílios de cozinha, livros, brinquedos e jogos, artesanatos, equipamentos de exercícios e jardinagem — ou seja, itens relacionados à vida na quarentena.

Os consumidores redirecionaram sua atenção e seus gastos para os canais digitais, dando uma grande oportunidade para que as marcas e varejistas capturem o interesse de compradores abertos à exploração de novas e diferentes opções.

A Pandemia também trouxe alguns aspectos negativos como a perda da renda com o desemprego e inadimplência das famílias acarretando em diversos problemas econômicos, onde o governo precisou interceder, através dos auxílios emergenciais, para diminuir a falta de renda, devido ao lockdown e o não funcionamento da economia e fechamento de empresas. Algumas destas situações podemos vê abaixo através da leitura dos gráficos econômicos que ressaltam estes comportamentos.

A inadimplência é o descumprimento de alguma obrigação financeira. Segundo pesquisas, os principais motivos que levam o brasileiro à inadimplência são o desemprego (26%), a redução da renda (14%), o descontrole financeiro (11%) e a realização de empréstimos em nome de terceiros (5%).

O total de inadimplentes, pessoas com contas em atraso, ficou em 63,8 milhões em novembro de 2019, ante 62,6 milhões registrados em igual mês de 2018. Os dados foram divulgados hoje (21) pela Serasa Experian. Em novembro de 2019, o número de contas não pagas ou atrasadas chegou a 226,6 milhões, uma relação de 3,5 contas por CPF. Em novembro de 2018, o total era de 234,4 milhões, o que representava 3,7 contas por CPF. As dívidas negativadas podem gerar a inclusão do nome da pessoa inadimplente em listas mantidas por instituições de proteções de crédito, como Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e Serasa, o que impede a obtenção de empréstimos e financiamentos.

A crise causada pela pandemia do novo coronavírus está levando à perda de emprego e ao fechamento de empresas em países ao redor do mundo. Coube ao poder público amparar os atingidos por esse cenário crítico, com diferentes tipos de apoio para a população mais vulnerável e empresas em dificuldade. Como resultado, os governos passaram a gastar mais – em diferentes escalas, a depender do país.

No Brasil, a União alocou recursos na casa das centenas de bilhões de reais para o combate à pandemia e seus efeitos. Com base nas ações do governo nos primeiros meses da crise, o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), vinculado ao Ministério da Economia publicou um estudo em que analisa os efeitos dos gastos públicos e projeta o impacto fiscal das medidas tomadas.

O aumento dos gastos do governo

O estudo pontua que, antes da pandemia, o poder público brasileiro vinha fazendo esforços para melhorar o estado das contas públicas, visando reduzir o deficit fiscal brasileiro. Essas ações passam pela adoção do teto de gastos, que passou a valer em 2017, até a aprovação da reforma da Previdência no final de 2019. A pesquisa também cita iniciativas ainda não aprovadas do governo que buscam aliviar o Orçamento público, como a reforma de Estado proposta pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em novembro de 2019 – pacote que, em junho de 2020, passa por reformulação.